Quem Não quer ser um Potter?



15 ANOS DEPOIS DO PRIMEIRO LIVRO

Quem não gostaria de ser Harry Potter?

O gosto pela saga Harry Potter foi passado a MIguel pela mãe, Rute Vasco.O gosto pela saga Harry Potter foi passado a MIguel pela mãe, Rute Vasco.Imagem: Inês Alves/SAPO
Rita Correia e Miguel Magalhães estão hoje longe de partilhar os mesmos interesses, frequentar os mesmos lugares ou ter amigos em comum, mas ambos guardam religiosamente nas prateleiras de casa os sete livros que contam a vida de Harry Potter, o órfão, o mágico, o herói apanhado desprevenido e cuja missão é salvar dois universos, o da feitiçaria e o “muggle”, que é como quem diz, o lugar onde vivem os comuns mortais sem capa, sem varinhas e caldeirões.
“A criação de um mundo novo, a comparação do mundo da magia e o mundo dos humanos, a evolução das personagens, que passam de crianças para adolescentes” foram características da saga Harry Potter que prenderam Rita, de 31 anos.
“A história não é só Harry Potter, fala de encarar a vida quando as coisas não correm bem e acho que qualquer pessoa se identifica com isso, e se calhar por isso teve tanto sucesso”, diz Miguel.
Já Miguel deixou-se encantar pela marcada ligação entre o mundo mágico e não mágico. “Num livro é sempre bom poderes pensar: eu gostava de viver uma coisa destas e era possível. Gosto de livros que te dêem essa possibilidade”, diz o jovem, que acabou de completar 16 anos.
À parte disso, enquanto Rita salienta “a escrita e o humor” para justificar o encanto pela saga, Miguel destaca o facto da história do rapaz da cicatriz na testa abordar questões que vão muito além do universo da feitiçaria.
“A história não é só Harry Potter, fala de encarar a vida quando as coisas não correm bem e acho que qualquer pessoa se identifica com isso, e se calhar por isso teve tanto sucesso”.
Das paginas para o ecrã
O triunfo da saga de J. K. Rowling foi tal que depressa os filmes foram adaptados ao grande ecrã, enchendo salas de cinema um pouco por todo o mundo.
Rita Correia esperava um final mais negro.Rita Correia esperava um final mais negro.
“Queria comparar aquilo que tinha lido com a forma que eles concretizaram em filme, é engraçado ver em imagens aquilo que imaginamos na nossa mente”, diz Rita, acrescentando que gosta mais dos livros “pois são mais pormenorizados e há detalhes que não entram nos filmes”, confessa.
Menos exigente, Miguel, que “adora” ler, considera que “os filme estiveram bem". Fica apenas um reparo negativo da parte do jovem que, de bom grado, transformaria os últimos dois filmes num só.
Ao chegar ao fim da saga, o sentimento de tristeza e de ausência é partilhado por ambos. Miguel aprovou o desenlace, mas reconhece que qualquer fã gostaria que “houvesse um pouco mais”. Já Rita esperava um final mais negro. “O final foi interessante mas soube a pouco”, diz. “Foi um típico final feliz e achei cor de rosa de mais”.
Facto é que à medida que a personagem evolui, os livros se tornam mais negros e a trama mais complexa.
Passagem de testemunho
Na casa de Miguel, o fascínio por Harry Potter é herdado da sua mãe. Tendo em conta que ele nasceu quando o primeiro volume da saga foi publicado, era ela quem lhe lia as aventuras e desventuras do jovem feiticeiro. Mais tarde, foi inevitável que ele próprio continuasse a acompanhar a vida de uma personagem que, no fundo, também acabou acompanhar o seu crescimento.
Miguel MagalhãesMiguel Magalhães
Hoje, com os livros, a capa e os óculos de Harry - com os quais desfilou orgulhosamente, aos oito anos, no carnaval - guardados nos armários, o universo do jovem feiticeiro é vivido através do site Pottermore, onde Rowling publica novos capítulos da história e onde todos são convidados a passear-se pelas ruas de Diagon Alley ou a explorar os corredores proibidos de Hogwarts.
Rita, por seu turno, quando fechou o último livro não voltou a procurar mais informações sobre a saga Harry Potter noutras plataformas. “Já não sou assim tão fã de estar sempre a seguir, o mais importante era quando saíam os livros e ia logo comprar”, refere.
Gostavas de ser um Harry Potter? “Quem não gostava?”, responde prontamente Miguel, salientando porém que dispensava ser órfão.
Os limites do real e do tempo não são perceptíveis nas centenas de páginas que tornaram J. K. Rowling uma das mais influentes escritoras do mundo e, por isso mesmo, os livros vão continuar a ocupar um lugar de destaque nas prateleiras, até haver outros a quem se possa passar o testemunho.
“Daqui a muito anos, se calhar, quando casar e tiver filhos gostava que eles lessem e a minha mãe também gostaria. Tradição de família”, conclui Miguel, sorrindo perante uma realidade que ainda está muito distante.

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